terça-feira, 15 de janeiro de 2008

UM BANHO DE CORES

Belém não é mais a mesma, os riscos tensos das pixações que ornamentavam a cidade, parecem estar caindo em desuso e poucos são os que ainda se aventuram na poética marginal. Hoje, como em um modismo tardio, a cidade vem sendo bombardeada por formas, figuras, letras estilizadas e tags carregados de cores, ações que podemos chamar de uma reverberação do que conhecemos por grafite, uma das expressões do movimento Hip Hop Americano, ecos de uma luta que há tempos vem sendo travada por militantes anônimos para a grande maioria. Apesar do reconhecimento do estilo como uma das facetas da Arte contemporânea por parte da sociedade seja ela simpatizante ou não, tornou-se inegável seu reconhecimento. Em consequencia, foi inevitável a apropriação pelo “sistema” que sutilmente e de forma maquiavélica tenta manipular os valores e estetiza-los de acordo com seus objetivos, procurando sempre utiliza-la como um meio para reafirmar sua propria história atravéz de alguns trabalhos alegóricos, querendo sempre mostrar que possui o domínio sobre a situação.
Hoje esta modalidade, vem disputando lugar com as pixações e propagandas publicitárias, mostrando que veio veio pra ficar e tornar a cidade mais caótica e poluída visualmente como qualquer outra metrópole capitalista do mundo. Seus principais atores assim como os pixadores, atuam de forma marginal e transgressora na garnde maioria, embalados pelo tempo e o desejo de se tornarem atores de sua própria cena, transformando assim a visualidade e a opinião pública. Entretanto, o estilo do grafite, neste caso chamo de graffitismo, vem ganhando espaço, ou melhor, se apropriando do espaço de forma voraz, como um fungo que se apropria das superfícies ociosas desta cidade localizada na periferia da modernidade
Atualmente o movimento se fortalece ainda mais com à organização de alguns grupos ou facções. Do ponto de vista conteudista, pouco ou quase nada pode ser encontrado na cidade, perto disto, somente representações alegóricas preenchem o imaginário urbano belenense. Formalmente, o grafite vem apresentando um salto significativo, apesar da grade maioria das intervenções serem primárias, principalmente no que diz respeito a técnica utilizada assim como o estilo aplicado.

Fernando d’Pádua

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