terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O outro lugar


Intervenção radical impondo à matéria uma desnorteante visualidade. Cidade-suporte versus artista-pixador, pixador-artista, nenhum dos dois e ambos ao mesmo tempo. Nenhum espaço limítrofe às interferências. Todo espaço possível. Intumescido. Gordo. Engordado pelos olhos do dono? Não. A cidade não tem dono. É campo ampliado, expandido à exaustão. Todo o espaço é público. Publicável. Apto à recepção de todo tipo de signo que o expõe. O espaço é todo convulsão a abrigar as potências intervencionistas de naturezas díspares. O que revela que por contaminação a pixação está no nível mais abismal dos instintos criativos. Nada limita sua explosão instintiva. Nem a lei, nem a ordem, nem a repressão. Eis porque a cada dia os espaços são tomados por esses signos insólitos. Nada alimenta mais a deflagração da pixação do que as energias dilacerantes que emergem das profundezas do corpo do artista-pixador compondo uma trama que impregna os diversos espaços da cidade: Londres, Fortaleza, Belém, Rio, São Paulo, Paris, Berlim, Bombaim e o que há por vir a ser vil. A pixação invadiu os espaços a atormentar os hálitos cortantes das bocas das cidades entontecidas. Extrema condição de possibilidade de seu ser arte. E um grande NÃO aos controladores de vôos da imaginação e criação com escalas no solo pátrio. A possibilidade artística e espúria como o outro lugar de alteração de uma homogeneidade estética absolutizada em discursos legais. Pixação: arte contemporânea. Não aquela. Esta que está aí por toda parte em todas as cidades. Sem rosto. Sem dentes. Sem holofotes. Sem.
Profº. Luizan Pinheiro
Foto: D'Pádua 2005

2 comentários:

cassiane beatriz dantas disse...

okay,vamos fazer grafite ao invés de grafitismo,tô nessa,deu vontade de pesquisar ainda mais,mesmo que para o grafiteiro sua intervenção artística fale por sí,ela sempre esteve aí,como um grande ato histórico invisivel,tão antigo para o mundo quanto o homem,tão antigo para o individuo quanto a infância e,tão enconpreendida quanto.
A mais marginal das ações artísticas.
beijos!!!!
cassiane beatriz dantas.

cassiane beatriz dantas disse...

okay,vamos fazer grafite ao invés de grafitismo,tô nessa,deu vontade de pesquisar ainda mais,mesmo que para o grafiteiro sua intervenção artística fale por sí,ela sempre esteve aí,como um grande ato histórico invisivel,tão antigo para o mundo quanto o homem,tão antigo para o individuo quanto a infância e,tão enconpreendida quanto.
A mais marginal das ações artísticas.
beijos!!!!
cassiane beatriz dantas.